berlim
Berlim é aquele tipo de cidade que, ou você ama, ou odeia! Pelo menos, esse é o tipo de feedback que venho recebendo de pessoas durante muitos anos sobre essa “sobrevivente”, que vem se reinventando ao longo de sua existência, permeada por uma História que se apresenta desnuda e explícita onde quer que por lá se ande.
“Berlim é pobre, mas sexy”, já dizia o prefeito da cidade, Klaus Wowereit, em uma entrevista para a revista Focus Money, em 2006. As razões para tal declaração, provavelmente, se encontram nos desafios que a cidade – capital da Alemanha – vem enfrentando para se reerguer e se estabilizar política, social e economicamente, após tantos eventos históricos que vêm assolando a sua existência.
Sua origem remonta ao século XIII, a partir de um vilarejo que foi se expandindo e se desenvolvendo, até se tornar a cidade de quase 4 milhões de habitantes em que se tornou até o momento.
Extensamente destruída após 2 Guerras Mundiais, submetida a 12 terríveis anos de regime nazista, e dividida por um muro físico e ideológico por 28 anos, Berlim é realmente uma “sobrevivente”, que, ao longo de sua densa trajetória, vem se recontruindo e se reerguendo repetidamente. Diante de todo esse contexto, fica fácil entender o que a torna tão intrigante, interessante e singular, e, ao mesmo tempo, o que instiga tanta curiosidade por parte de seus visitantes.
Cosmopolita e provinciana, urbana e idílica, caótica e organizada, agitada e tranquila, Berlim é a cidade das dicotomias, dos contrastes, do ecletismo e do nada óbvio. É tudo junto ao mesmo tempo e em um só lugar!
Desde os anos 1920 – os famosos “Anos Loucos” – , pós Primeira Guerra Mundial, Berlim vem recebendo visitantes e abrigando moradores de todos os cantos do mundo. Apesar dos problemas econômicos, da decadência e do intenso desemprego à época, a cidade agitada e efervescente atraía turistas e artistas com sua vida cultural, boêmia, e seus famosos cabarés. Essa multiculturalidade, portanto, permanece como característica da cidade, se reflete em toda a sua dinâmica social (embora nem sempre positivamente) e contribui para torná-la tão rica culturalmente e detentora de um espírito jovem, livre, alternativo, aguerrido, vanguardista e artístico.
Por falar em Arte, Berlim é uma cidade em que se respira Arte tal como oxigênio! Existe uma infinidade de museus, galerias, mostras, exposições, cinemas, teatros, centros e eventos culturais, e tudo o mais que você possa imaginar (ou não imaginar!). Sua vida cultural é riquíssima e imensamente variada em estilos, incluindo o fato de a cidade, por si só, ser uma exposição a céu aberto, com toda a sua rica arquitetura, marcos históricos, street art e personalidades ecléticas e um tanto quanto performáticas.
Conhecida internacionalmente por sua vida noturna alternativa e excêntrica, e por suas festas e eventos de música eletrônica, Berlim foi a precursora da maior parada techno que marcou o mundo no início dos anos 1990, após a queda do Muro. Além disso, conta com uma das orquestras de maior peso e destaque internacional, a Orquestra Filarmônica de Berlim.
Outro ponto de destaque da cidade é o seu sistema de transporte público: variado, abrangente, integrado e pontual, o que permite o fácil deslocamento por toda a cidade e arredores, dispensando a necessidade do uso de automóveis, bem como ciclovias que interligam toda a cidade, tornando a bicicleta um veículo altamente utilizado como meio de transporte pelos berlinenses. Um luxo no aspecto econômico, e de saúde e sustentabilidade!
Se engana quem pensa que a cidade é apenas uma metrópole super urbana. Berlim é permeada por muito verde, natureza, ar puro e tranquilidade. A cidade conta com muitos parques públicos, 2 jardins botânicos, jagos com pequenas “praias”, e, se você curte – por assim dizer – uma vida mais “livre”, é possível desfrutar até mesmo do naturismo e do nudismo (FKK – Freikörperkultur), práticas culturais muito comuns entre os alemães. E é claro que essa vida ao ar livre funciona e se torna muito mais agradável ao longo do verão e em parte da primavera e do outono, pois, na maior parte do ano, as baixas temperaturas no hemisfério norte dificultam e impedem um melhor aproveitamento dessa vivência ao ar livre. Em função disso, a chegada da primavera é tão aguardada e festejada pelos berlinenses!
A essa altura, acredito que você já deva ter percebido que eu sou muito suspeita para fazer qualquer declaração ou afirmação a respeito de Berlim, pois sou completamente apaixonada e enlouquecida por essa cidade tão incrível e que tem tanto a nos ensinar como seres humanos, em termos de resiliência, reestruturação e ressignificação. Definitivamente uma cidade inspiradora!
Então, se você chegou até aqui e se interessou por Berlim ou quaisquer dos temas expostos, fica já o convite para que acompanhe o blog para novas informações, conteúdos relevantes e atualizações.
Obrigada pela visita!
